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domingo, 24 de julho de 2011

A PALAVRA "LIVRO"


05/07/2011
 às 12:00

Do ‘liber’ ao livro – e além

A propósito da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que começa amanhã, vale lembrar a instrutiva história da palavra “livro”, que pode ser lida como um livro. Em suas muitas páginas, sucessivas camadas de sentido compõem uma narrativa épica que começa na antiguidade, antes da invenção do papiro, e aponta para um futuro imaterial que está só começando.
É curioso o modo como algumas velhas tecnologias, depois de superadas, deixam suas marcas na linguagem. Faz tempo que os telefones já não têm discos e sim teclados, mas continuamos adiscar números. De modo semelhante, o termo latino liber, que em sua origem queria dizer “membrana vegetal encontrada sob a casca das árvores”, ainda se faz presente na era do livro eletrônico.
A ampliação de sentido teve início no próprio latim. Quando o liber, suporte primitivo de textos escritos, deu lugar ao papiro, invento egípcio que foi o precursor do papel, a palavra se conservou com o sentido de livro – ou melhor, os dois sentidos principais de livro, tanto objeto físico quanto obra literária.
Apresentado sob a forma de rolo e mais tarde de códice – formato encadernado que prenunciava o do livro como o conhecemos – o papiro como suporte de livros foi superado na Idade Média pelo custoso mas duradouro pergaminho e depois pelo papel vindo da China, que chegou à escala industrial com Gutenberg, que por sua vez demorou, mas acabou encontrando no mundo digital sua superação dialética. E por tudo isso passou o velho liber, “membrana vegetal encontrada sob a casca das árvores”, sob a casca da palavra.
Fonte: Sobre Palavras

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